Desde a pandemia do coronavírus no ano passado, os preços dos automóveis no Brasil ao consumidor não pararam de subir. Ajustes contínuos chegaram a que hoje o preço de um carro compacto a partir de zero quilômetros pode ultrapassar 100.000 reais.
A situação dos carros usados e usados não é diferente – dependendo do modelo, as concessionárias e lojas multimarcas cobram mais do que o mesmo carro, por mais novo que seja
Isso se o esperado zero veículos estiverem disponíveis, pois muitos modelos foram ou ainda estão descontinuados por falta de componentes, principalmente semicondutores.
Enquanto a covid-19 não for controlada pela vacinação em massa de brasileiros, espera-se que seu impacto econômico negativo continue existindo, mantendo a tendência de alta dos preços.
Verifique em detalhes os cinco motivos para o aumento nas taxas – a maioria dos quais global e diretamente relacionada à pandemia, mas também existem fatores exclusivos de nosso mercado.
Paralisação de fábricas por falta de semicondutores
A escassez global de microprocessadores e a concentração de sua produção na Ásia fizeram com que a produção de várias marcas de automóveis no Brasil fosse suspensa este ano. Por conta desse problema, a oferta de carros novos na concessionária foi prejudicada e não foi suficiente para atender a demanda. Esse desequilíbrio entre a oferta e a demanda tradicionalmente “eleva” o preço de um determinado produto.
A falta de carros novos, muitos dos quais já com lista de espera, acaba levando à expansão do mercado de carros usados, especialmente o mercado de carros usados. Notamos que alguns modelos usados são vendidos a um preço mais alto do que quando foram redefinidos.
Baixo estoque de usados e seminovos
Segundo Matías Fernández Barrio, CEO da Karvi, plataforma online de compra e venda de carros no Brasil e na Argentina, as concessionárias e lojas independentes também têm baixos estoques de carros usados e usados, o que está pressionando os preços.
Segundo Barrio, a “direção” dos carros usados, ou seja, o tempo entre a compra e a respectiva revenda, foi há mais de dois meses, há cerca de um ano. Hoje, caiu para cerca de 30 dias.
“Isso é um sinal de demanda. Quem tiver estoque vai vender. Mas o problema é que, com a falta de carros, fica difícil trocar os veículos listados para começar um novo negócio.”
Por conta disso, o executivo disse que concessionárias e varejistas independentes aumentaram os preços para compensar a forte queda nas vendas de automóveis – compensando os custos operacionais e mantendo o desenvolvimento sustentável dos negócios.
Pressão de insumos e logística
Além da escassez de semicondutores que ficaram mais caros, outros insumos e serviços básicos usados na produção de carros também ficaram mais caros nos últimos dois anos – e aumentaram o preço dos carros para os consumidores.
De acordo com um comunicado de imprensa da Anfavea realizado em março, de janeiro de 2020 a janeiro deste ano, o valor do aço brasileiro (acima) aumentou 61%; de dezembro de 2019 a dezembro de 2020, resinas e elastômeros aumentaram 68%; De janeiro ao primeiro mês deste ano, o frete aéreo aumentou 105% e o frete marítimo 339% no mesmo período.
Sem falar no valor da eletricidade, devido à falta de chuvas, o valor da eletricidade está subindo este ano, o que afeta a geração de energia hidrelétrica e leva ao recurso a termelétricas mais caras.